106 – A dor da emoção e a dor da sinceridade

Nós temos visto, ao longo da nossa vida, que há dificuldades e perdas que fazem cada um agir de forma diferente, de acordo ao seu estado. Às vezes, a pessoa se encontra ansiosa, agitada, nervosa, irritada e há aqueles que agem mais na sua, ficam pensativos, enfim.

Na época de Marta e Maria, elas perderam seu irmão, ele morreu. E Jesus foi até elas, mas antes de chegar, Marta sabendo que Ele estava a caminho, saiu ao Seu encontro, e falou:

“Senhor, se Tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido. Mas também agora sei que tudo quanto pedires a Deus, Deus To concederá.” João 11:21-22

Primeiro, Marta fala que se Jesus estivesse ali, o irmão não teria morrido. Depois, ela fala que tudo quanto pedir a Deus, Ele te concede. E aí Jesus fala bem assim: “Seu irmão há de ressuscitar…”

Mas Marta era como aquelas pessoas bem ansiosas, sabe? Que já tem resposta na ponta da língua?

“Disse-lhe Marta: Eu sei que há de ressuscitar na ressurreição do último dia.” João 11:24

Jesus estava falando de outra coisa, Ele estava literalmente falando que ia ressuscitar a Lázaro, mas Marta estava tão ansiosa que não ouvia.

Uma das características da fé emotiva, da ansiedade, é não ouvir.

Jesus disse para ela:

“Eu Sou a ressurreição e a vida; quem crê em Mim, ainda que esteja morto, viverá;” João 11:25

Podemos dizer que essa ressurreição e a vida que Jesus traz não é só para uma pessoa que está morta no caixão, enterrada, não! Mas também para uma pessoa que hoje está vivendo, respirando, mas parece que está morta.

A partir do momento que você passa a crer, você passa a ter vida. Mas isso quando crê na pessoa certa, no Deus certo, que é Jesus. Por isso Jesus estava falando:

“E todo aquele que vive, e crê em Mim, nunca irá morrer. Crês tu isto? Disse-lhe ela: Sim, Senhor, creio que Tu és o Cristo, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo.” João 11:26, 27

Veja que ela não respondeu o que Jesus perguntou.

E tão precipitada, tão agitada, não tendo uma solução para a sua ansiedade…

“…partiu, e chamou em segredo a Maria, sua irmã, dizendo: O Mestre está cá, e chama-te.

Ela, ouvindo isto, levantou-se logo, e foi ter com Ele. (Pois, Jesus ainda não tinha chegado à aldeia, mas estava no lugar onde Marta o encontrara.) Vendo, pois, os judeus, que estavam com ela em casa e a consolavam, que Maria apressadamente se levantara e saíra, seguiram-na, dizendo: Vai ao sepulcro para chorar ali. Tendo, pois, Maria chegado aonde Jesus estava, e vendo-o, lançou-se aos Seus pés…”João 11:28-32

Olha a diferença! Enquanto Marta estava cobrando, agitada, ansiosa; Maria se lançou aos pés do Senhor Jesus, se derramou dizendo:

“…Senhor, se Tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido.” João 11:28-32

Ela disse o que estava dentro dela, mas não a fim de cobrá-Lo, mas de derramar o que estava dentro da mente dela.

E isso aqui fala muito para mim, porque você e eu podemos sentir, mas existe uma diferença enorme diante do tratamento que temos com Deus, em nos despojarmos, nos aproximarmos dEle com respeito ou com essa fé emotiva, que é ansiosa, que não escuta, que não ouve o que Deus fala, porque fala apressadamente e não se atenta para a pergunta que Deus faz.

Assim é a fé emotiva, ela não observa, ela é muito agitada e não ouve.

“Jesus pois, quando a viu chorar, e também chorando os judeus que com ela vinham, moveu-Se muito em espírito, e perturbou-Se. E disse: Onde o pusestes? Disseram-lhe: Senhor, vem, e vê. Jesus chorou” João 11:33-35

Jesus ficou comovido, não por causa de uma ansiedade, Jesus foi comovido quando Maria se derramou aos Seu pés, expressou a sua dor, a sua pergunta. Não vejo aqui que Jesus foi emotivo, mas aqui vemos que Jesus sente a nossa dor, mas não quando estamos ansiosas. Porque a dor da ansiedade não te faz sincero.

Existe um momento da dor, e há a dor da sinceridade e a dor da emoção.

A dor da sinceridade é quando você ama, zela, cuida e, aparentemente, perde.

No caso aqui de Marta e Maria que perderam o irmão, Maria estava aflita, com dor na alma e se derramou quando viu o Senhor Jesus, ela se lançou aos pés de Jesus.

Marta não agiu assim. Ela chegou com a dor de cobrar ao Senhor Jesus, e nem olhou para o objetivo final. Maria olhou para o Senhor Jesus como a resposta, em Quem ela podia se refugiar. E Marta olhou para o Senhor Jesus como alguém que ela cobrou uma resposta.

E Marta não ouvia quando o Senhor Jesus falava. A pessoa ansiosa age assim, e se torna inconveniente. Assim foi com ela, Jesus não sentiu nada, não se comoveu. Mas com Maria sim.

Quer dizer, aqueles que servem a Deus e são submissos, quando sentem a dor, sentem de forma sincera, eles não só se derramam, expressam o que está dentro, a sua questão, a sua dúvida, mas também se aproximam de Deus, para se refugiar nEle, e foi isso que Maria fez.

E você que está triste, angustiado, essa dor tem aproximado você de Jesus de forma sincera ou ansiosa? Há pessoas que fazem, até mesmo, orações na base da ansiedade, e sabe o que acontece? Continuam ansiosos, não mudam, porque a ansiedade não faz a pessoa raciocinar.

Agora quando eu estou refletindo, quando eu sinto a minha sinto a dor, a fim de expressar o que acontece, o que está dentro de mim, então eu busco a Deus para expor a minha dor, a minha pergunta, até mesmo a minha dúvida.

E a maneira que você trata a Deus, a maneira que você fala com Ele, é para se refugiar ou cobrar dEle? Há momentos que a gente cobra, inclusive eu já cobrei a Deus, mas não foi por uma dor emotiva, foi por uma dor que a fé me fazia raciocinar.

Então, a ansiedade não tem nada a ver com o raciocínio, mas com a emoção.

Fé é uma coisa, emoção é outra coisa.

Fé e certeza de coisas que se esperam, convicção de fatos que não se veem.

Emoção não tem certeza, até julga a outra pessoa, cobra.

Observe quem você tem sido e como você tem feito a sua oração, como você tem falado com Deus.

Compartilhe mais um episódio da Série “Quem é Deus? Quem é você?”

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