Servir (7ª Parte)

Na semana anterior falámos acerca da paciência e de como esta virtude é essencial para o nosso desempenho na Obra de Deus, mas sobretudo a fim de desenvolvermos o zelo para com aqueles que estejam, ou possam vir a estar, sob o nosso cuidado.

Respeitarmos a fé, o processo de cada um, é crucial, dando assim espaço para o Espírito Santo completar a Sua Obra, pois a Ele, e só a Ele, cabe a responsabilidade de convencer acerca de toda a Verdade.

Esta semana abordaremos o tema: Não esperar.

Algo que o Senhor Jesus não fazia, era exatamente esperar ou depender dos demais para cumprir a Sua Missão; para Se encaixar no plano do Pai para a Sua vida. Se assim fosse, até hoje, provavelmente, a humanidade aguardaria redenção! E porquê?

Ora perceba o processo de alguns dos apóstolos, antes de serem batizados com o Espírito Santo:

– Pedro não entendia as palavras do Senhor Jesus: “Disse-lhe Pedro: Nunca me lavarás os pés. Respondeu-lhe Jesus: Se eu te não lavar, não tens parte comigo.” (João 13:8)
E além disso, apesar de ter estado com Jesus lado a lado, aquando a Sua captura, O negaria três vezes antes que o galo cantasse (Jo.13:37,38);

– Tomé andou todo o tempo com Jesus, e ainda assim revelava incredulidade ao questionar o Seu destino e proveniência: “Disse-lhe Tomé: Senhor, nós não sabemos para onde vais; e como podemos saber o caminho?” (Jo.14:5);

– Filipe não reconhecia Jesus como o próprio Deus; como sendo Um com o Pai, apesar de ter testemunhado o Seu caráter e milagres:
“Disse-lhe Filipe: Senhor, mos­tra-nos o Pai, o que nos basta.
Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai?” (João 14:8,9)

Pense se o Senhor Jesus dependesse da qualidade de fé dos Seus apóstolos, para efetuar a Sua Obra?! Mas Ele via além..
Não esperava pela fé dos discípulos ou de terceiros, mas sabia que Ele mesmo tinha que estimular a fé de cada um, para que se mantivessem firmes até ao cumprimento da promessa.

Por vezes, nós criamos determinadas “expetativas” em relação a alguém ou a alguma coisa. Colocamos a nossa força em cuidar de uma pessoa ou de uma responsabilidade; encaminhamos, ajudamos, damos o “máximo” de nós, mas quando não somos correspondidos com o mesmo “nível” de entrega, sentimo-nos frustrados… Achamos que o nosso trabalho é vão e temos tendência a esmorecer.

Mas veja amiga, Jesus nunca esperou por ninguém! Pelo contrário, orientou, guiou, exortou e cuidou, sem comprometer a Sua responsabilidade! E era isso que Ele fazia, continuamente.
Antes de entregar a vida – literalmente – antes de derramar o Seu sangue, Ele Se deu por inteiro aos que Deus confiou ao Seu cuidado, sem esperar receber nada em troca… até ao final. Esta é a verdadeira essência do SERVIR!

E assim, não esperando, os ensinava com o Seu próprio exemplo, ao longo do tempo em que estiveram juntos: mandando levantar um homem que estava enfermo há 38 anos (Jo. 5:5); perdoando a mulher pega em flagrante adultério (Jo.8:19,11); dizendo ao cego para lavar os olhos no tanque de Siloé, limpando-o da sua cegueira(Jo.9:7); ressuscitando a Lázaro (Jo.11:34), entre tantos outros milagres e manifestações de fé.

“Estando eu com eles no mundo, guardava-os em teu nome. Tenho guardado aqueles que tu me deste, e nenhum deles se perdeu, senão o filho da perdição, para que a Escritura se cumprisse.” (Jo.17:12)

Não espere, não dependa, para fazer o que tem de ser feito! Seja em relação a quem cuida ou até mesmo aos seus companheiros de Obra…

Independentemente do que os outros pensem ou façam, ou do tempo que demorarem a entender ou a fazer, cumpra a sua parte: SIRVA!