Filho único
- 27
- Abr
- 2011
Cada vez mais as mulheres optam por ter apenas um filho. Saiba o que está em jogo nesta decisão
Ordem do nascimento influencia na personalidade
Ter irmãos promove generosidade e gentileza
“O filho único costuma crescer em um ambiente onde ele sente que reina”. Não à toa vivem dizendo que filho único fica mais egoísta, mas toda regra tem exceções.
Ser mais ou menos individualista depende também da vivência em casa, além da personalidade.
De acordo com a psicóloga e psicoterapeuta familiar Ana Gabriela Andriani, é mais fácil aprender a compartilhar e pensar no próximo quando se convive com um irmãozinho desde cedo, mas a escola também pode proporcionar esta experiência ao filho único.
Hoje em dia o filho único não é mais prejudicado pela solidão como antes. Se antigamente a mulher tinha um filho só por dificuldades pessoais ou falta de desejo e dedicação, hoje ela faz isso por opção, sem necessariamente criar situações afetivas complexas para a criança.
“Hoje é preciso fazer uma escolha de qualidade, para ter uma vida profissional e familiar”.
A escola também cumpre o papel de inserção da criança no meio social, portanto ser filho único não implica uma grande falta neste quesito.
Escolha e arrependimento
No entanto, quando o filho é único, a tendência em protegê-lo demais é uma armadilha comum, mais facilmente evitada com a presença de mais uma criança.
“Quando há mais de um, os pais podem transitar com o olhar por todos”, pois é mais difícil para estes pais deixar um filho único caminhar com as próprias pernas”.
Sem terceirizar
A superproteção não é o único risco comum corrido pelos filhos únicos. Há também a exigência em excesso.
Com mais de um filho, fica mais difícil proporcionar o melhor a todos. “Hoje, com a questão da competitividade, os pais querem dar tudo.
Mas quanto mais filhos se tem, menos se consegue dar”. E adeus cursos de inglês, natação, música.
Com a mulher fora de casa, ser mãe também exige, além de gastos, um planejamento logístico mais complexo para o dia a dia do filho, desde um serviço de ônibus escolar até a contratação de uma babá – sem terceirizar a educação.
Disputas saudáveis
Com a existência de irmãos na família, é comum haver negociações cotidianas para ver quem vai sentar em que lado no carro, quem vai tomar banho primeiro ou quem vai escolher a música da viagem.
Pais de filhos únicos podem contornar esta falta, não permitindo que a criança sempre faça as escolhas. “Ofereça condições para ela aprender a lidar com a frustração”.
Além disso, incentivar o filho a ter relações de amizade sem medo é essencial.
Muitas vezes os pais têm medo do enfraquecimento do referencial de família devido à aproximação dos amigos. Não há o que temer se os vínculos familiares forem sólidos. Cada um tem seu espaço e não haverá este tipo de competição.
Fonte: Dicas de Mulher