Complexo de Perfeitinha II

Viviane Freitas

  • 2
  • Mar
  • 2013

Complexo de Perfeitinha II

  • 2
  • Mar
  • 2013

Primeira paragem em um Hotel de Tel Aviv, para um pequeno descanso e organização dos grupos.


A minha companheira de quarto, da Guatemala, que estaria comigo durante toda viagem, não está, e logo descubro que ela não conseguiu embarcar para Israel. Quando desço e vejo a lista dos autocarros, reparo que estou com um grupo completamente desconhecido.

Iríamos fazer as mesmas rotas e estar nos mesmos hotéis e restaurantes, mas isso colocava-me longe das companheiras que já conhecia, e da minha Amiga. Sim, eu tinha uma Amiga! E estava há meses sem vê-la, e sem poder conversar como gostaria. Eu tinha tanto para contar, e havia feito planos de que aqueles dias poderíamos estar juntas… ali, pertinho; com tempo, sem a correria em que as duas vivíamos.

Eu não contava com essa possibilidade, e estar em outro autocarro já frustrava os meus planos, pois sabia que a maior parte do tempo era onde estaríamos, percorrendo as cidades e locais mais importantes.

A novela que eu havia criado se desintegrou em poucos segundos, e lá vou eu falar com o guia responsável, tentando dar um “jeitinho” de trocar de autocarro… Ele diz que só há uma vaga no autocarro número 1, e nós somos 3. E o seu tom de voz, deixa claro que estou a ser bem “chatinha”… Que horror!

Claro que, nesse momento, começou o conflito dentro de mim, mas o senso de responsabilidade fala mais alto: Vem o grito na consciência e a vergonha de ter feito semelhante pedido.
“Porque veio? Para fazer a sua vontade? Que vergonha! Está responsável por elas e deveria ser exemplo.Você não vai ser egoísta.” – Esta sou eu, brigando comigo mesma, e já fico atenta, vigiando todas minhas atitudes com uma lupa.
“Meu Deus, perdão!! Eu sei que nem era para estar aqui, que é um privilégio, e foi por Ti que eu vim. Faz algo acontecer dentro de mim. Eu não vim a passeio, nem para fazer o que quero. Eu entrego tudo, mas quero também o Teu tudo.”

A outra senhora, que faz parte do grupo do meu país, se aproxima, interrompendo a minha batalha pessoal:
“Vamos estar com o grupo de inglês? É que eu não entendo nada do que dizem.”
“Não se preocupe, senhora, eles vão traduzir as explicações.”
“Ahhh, bem. Vamos tirar uma foto?”

Foto!!! Nunca gostei muito de tirar fotos minhas, parece que saio mais feia ainda, em todas. Só gosto de fotos de paisagens, lugares e de outras pessoas. Mas fotos minhas, eu fujo delas…

“Eu tiro de vocês…”

Ela insiste, eu junto-me ao grupo. Logo nos sentamos juntas no autocarro, mas isso não alivia a minha solidão. Ela dorme… Estamos a caminho de Jerusalém. Olhando pela janela, eu observo cada vale, o detalhe de cada paisagem daquela terra que Deus escolheu…

Entre toda a criação, Ele a tornou especial! Tem uma beleza esplêndida.

Visível?

Não, nada de espetacular; nada que deslumbre os olhos. Mas por estar em silêncio, e tão só, mesmo em um autocarro cheio de mulheres tão especiais, eu comecei a buscar e querer muito, ver o mesmo que Deus viu naquela Terra; olhar com os Seus olhos. Ele consegue ver o que nem ainda existe, Ele encontrou em mim essa terra sem beleza, e plantou nela uma pessoa que tinha que dar frutos!

Foi quando eu comecei a viver um inferno, em plena Terra Santa.

Não se desesperem, continua na próxima semana…

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21 comentários

  1. Como tenho gostado de cada palavra,tenho olhado dentro de mim,e ainda não sabendo o que aconteceu,percebo que algo grandioso,eu vou aprender!
    Deus a abençoe!

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  2. Que curiosidade…
    Mas assim torna tudo mais saboroso de entender…
    Estou agurdar:)

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  3. Olá D. Vivi,

    Estou acompanhando, e me identifiquei muito com o que a sra. disse.
    Deus a abençoe!! De fato, a sra. está dando frutos e fazendo pessoas como eu dar frutos também, através de seu testemunho!!
    Um forte abraço!

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  4. oi Dª Vivi… quero continuar a ler essa experiencia pois eu tenho sido assim e nao quero mais…. bjs

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  5. Boa Noite !
    Eu quero dizer que antes eu também me sentia desconfortável no meio daqueles a quem eu não conhecia, e isso impediu-me inconveniente de ser eu mesma. Eu me calava e não queria falar com ninguém, porque eu não conhecia e não queria conhecer. Como uma tartaruga, quando esta num ambiente desconhecido se enconde no seu casco, assim era eu. Isso já aconteceu comigo. Mas assim que eu percebi que isso me iatrapalhava e o que eu estava fazendo era errado, entao eu comecei a lutar contra isso, e parei de ouvir os meus sentimentos e comecei a lutar contra eles. Quando eu estava de volta a esta situação, comecei a se comunicar com as pessoas que eu via pelo primeiro encontro com eles e fazer o oposto dos meus sentimentos. E através da minha luta, eu obtive a resposta. Agora eu vejo os frutos na minha vida, e em tais situações, ja nao ajo como antes, pois venci esse problema.

    Beijinhos

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  6. Chamo a isto, estar sensível à Sua Voz.
    Os sentimentos, desejos e vontades, vão sempre surgir!

    Só vivendo em Espírito, em constânte Entrega, que podêmos aperceber-nos do que realmente acontece dentro de nós mesmas.

    Cabe a mim mesma estar vigilânte e sensível a Vóz de Deus, e perseguir o que tenta me afatar da Sua vontade.

    Fico esperando a continuação…..
    Beijinhos

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