Como vencer a luta interior?

Vamos responder ao pedido de uma amiga internauta, que nos escreveu – a Laísa – do Ceará:

“Dona Vivi (…) identifiquei-me com várias das suas histórias e o jejum ajudou-me demais. Gostaria que mencionasse sobre as nossas lutas interiores; como vencer a guerra do interior?
Já li várias mensagens aqui no seu blog, mas nunca é demais…”

A luta interior depende de cada uma de nós, e do que priorizamos.

Para quem vive a fé, e ouve acerca da mesma, é colocada uma escolha: Ou priorizamos a nossa vontade, ou a de Deus.

Quando atravessamos lutas interiores, que se identificam pelos sentimentos, pelas nossas vontades, pelas dificuldades, imprevistos, etc. Isto revelará o que eu priorizo, ou é o resultado do que eu priorizei.

“Filho meu, se aceitares as minhas palavras, e esconderes contigo os meus mandamentos, para fazeres atento à sabedoria o teu ouvido e para inclinares o coração ao entendimento, e, se clamares por inteligência e por entendimento alçares a voz, se buscares a sabedoria como a prata e como a tesouros escondidos z procurares, então, entenderás o temor do SENHOR e acharás o conhecimento de Deus.
Porque o SENHOR dá a sabedoria, e da sua boca vem a inteligência e o entendimento.
Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos; é escudo é para os que caminham na sinceridade, guarda as veredas do juízo e conserva o caminho dos seus santos.
Então, entenderás justiça, juízo, e equidade, todas as boas veredas.” (Pv. 2:1-9)

O que me chama a atenção, cara amiga, é o que está logo no início, no primeiro versículo: “Filho meu, se aceitares as minhas palavras…”.

Você já ouviu palavras de muitas pessoas: Da sua família, dos pais, do seu chefe; do seu responsável espiritual, etc. Mas aqui faz referência, a aceitarmos as palavras de Deus.

Veja que é uma escolha nossa: Aceitar a Palavra de Deus, ignorar, ou, no íntimo, não concordar.

Muitas vezes, ouvimos determinadas palavras, que sequer devemos guardar, mas as “escondemos”, fazendo-nos olhar de forma errada; com “outros” olhos. E isto prejudica-nos. Mesmo que alguém diga, em relação a mim, um “palavrão”, ou qualquer outra coisa, o que isto terá, de efeito, na minha vida?

Sempre pensei desta forma: Se alguém me ofender, com qualquer acusação, seja esta qual for, se eu não o pratico, não surtirá qualquer efeito em mim.

Mas, se falam acerca de algo com que se identifica, que a deixa atribulada, a faz sentir-se acusada ou mexe com o seu orgulho, normalmente, há a tendência para guardar aquela palavra, mais tempo do que a própria Palavra de Deus. E isto, mesmo estando na Igreja, e ouvindo pregações constantes.

Por isso Deus refere a escolha: “ …se aceitares…”.

Somos nós que temos que aceitar, e “esconder”, os Seus mandamentos.
O que significa, que ninguém pode roubar-nos a fé; a Palavra de Deus que foi plantada no nosso interior. Se “escondo”, é porque valorizo e priorizo a Deus.

Há dois tipos de pessoas que batalham a luta interior:

A pessoa que prioriza a si mesma:
– Luta com todas as suas forças a seu favor, de acordo com o seu ponto de vista e ideias.

A pessoa que prioriza a Deus:
– Luta em função do que está escrito na Palavra de Deus. Valoriza o que crê, e batalha para que se cumpra aquilo que está escrito!

“…para fazeres atento à sabedoria o teu ouvido…”

Se eu “escondo” os mandamentos para ficar atenta e alerta à sabedoria – a servir a Deus de forma íntegra – terei “ouvidos” para entender a vontade de Deus.

Certamente, já ouviu muitas pessoas falarem, pregarem, a fazer discursos do que crêem na Bíblia, etc. Mas, poucas, fazem menção do que ouviram, diretamente, de Deus.

É completamente diferente!

Primeiramente, devo aceitar, submeter-me, e entregar-me a essa Palavra. Depois, “escondê-la”, valorizá-la, e ficar atenta, não de acordo com as circunstâncias, mas com os ouvidos sensíveis a Deus.

E você? Perante os problemas, as lutas interiores que está a viver; perante as dificuldades… O que ouve?

– A voz do seu coração?

– O grito da sua necessidade, do seu orgulho, da sua auto suficiência ou perfeição?

– Ou está a ouvir as palavras de Jesus?

É interessante… Eu nunca ouvi Deus no meio das minhas amizades, com muitas pessoas a falar ao mesmo tempo!

Mas quando estava sozinha!

Algumas pessoas foram usadas por Deus, para me dar um “toque”, mas, ouvir da própria boca de Deus, diretamente para mim, apenas quando estava sozinha.

Foi necessário atentar para o que está escrito, aceitar o que Ele me transmitiu, guardar, vigiar as minhas atitudes e o que sentia, para, então, ter ouvidos sensíveis à Sua voz.

Para ouvir a Deus, devo estar atenta à minha própria situação: Quem eu sou e como reajo. Não ao que os outros fazem ou pensam…

Para quem prioriza a si mesma, a luta baseia-se no que os demais pensam. Mas, se prioriza a Deus, estará analisando o seu próprio ser.

Foi isso que Deus fez por mim: Deu o seu próprio Filho, primogénito, para me salvar. Então, se eu me valorizo, aceito o Seu sacrifício, e o considero!

Priorizo a minha salvação, e isto mantém-me ligada a Deus!

Depois que ouço, da parte de Deus, a Sua vontade, aí sim, estarei apta a substituir o sentimento pela razão. Quando me inclino para o entendimento, terei a direção para tomar a decisão correta.

“… se clamares por inteligência, e por entendimento alçares a voz…”

Quem clama, é porque está desesperado e se vê necessitado. Admite que apenas Deus tem a resposta.

Quem não clama, é porque está desacreditado, a indagar, a perguntar, a chorar, ao invés de clamar. Do que adianta a crença em Deus, desta forma? De nada! Porque não usa as armas que tem; o poder de falar, clamar e expor o que está no seu interior.

Alçar a voz, apenas o fazemos, quando lutamos por algo; na revolta. Quando queremos impor aquilo que cremos!

Então, se alço a voz a Deus, é por aquilo que creio.

“… se buscares a sabedoria como a prata e como a tesouros escondidos a procurares…”

Há muitas pessoas que procuram a “prata”, que significa a fama, a posição na Igreja… O seu orgulho atendido.

Mas, se buscarmos as coisas de Deus; lá do Alto, como o de mais valioso que temos, salvaremos, primeiramente, a nossa vida, e, depois, a dos demais.

Tesouro algum está exposto, ou se vê em qualquer lado, e de qualquer maneira. O “tesouro” tem que ser procurado; “caçado”. E, assim, só procuramos a sabedoria, se realmente temos esse objetivo. Aí sim, entenderemos o que é, verdadeiramente, o temor do Senhor.

Talvez não entenda o que seja este temor, porque não aceita as palavras d’Ele; não esconde os Seus mandamentos, o seu ouvido não está atento à sabedoria; não clama por inteligência; não alça a voz, ou O procura como a tesouros escondidos. Assim, nunca entenderá o temor de Deus.
Ouvirá as pessoas falarem, mas jamais o entenderá.

Só percebe, quem vive, na prática, e prioriza a Deus.

“… então, entenderás o temor do SENHOR e acharás o conhecimento de Deus.”

Não haverá mais questões: “Porque Deus me permitiu passar por isto ou aquilo?!” Isto só revela que não vê; não entende Deus, e não sabe como Ele pensa!

“Porque o SENHOR dá a sabedoria, e da sua boca vem a inteligência e o entendimento.”

Você quer vencer a sua luta interior?

Então, porque não ouve o Sábio dos Sábios? E porque não ouve a voz da Sua boca?!

“Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos; é escudo para os que caminham na sinceridade…”

Há os que fazem discursos, mas que não encerram a verdadeira sabedoria, porque, esta, Deus apenas reserva para os retos.

Se eu não me dou a conhecer; se não exponho tudo o que está pendente ou escondido, então é porque resguardo a minha vontade; a minha “prata”, a minha posição. Mas, se priorizo Deus, sou transparente, e, com isso, encontrarei a verdadeira sabedoria.

Ainda com todas as necessidades, Deus é escudo para os que caminham na sinceridade.

“… guarda as veredas do juízo e conserva o caminho dos seus santos…”

Vou ficar por aqui, para que você pense sobre a sua própria vida, pois ela é extremamente importante, para que a salve. Porque a alma, é onde residem os sentimentos e as suas vontades e, por isso, pode ser salva, ou não.

Pense, reflita, e faça os seus comentários. Escreva no Blog.

Fico muito feliz com o seu parecer, porque, realmente, a amo, não por palavras, mas porque, primeiramente, Alguém me amou!