A Chegada

Silvia Alvarenga

  • 23
  • Nov
  • 2009

A Chegada

  • 23
  • Nov
  • 2009

“Quando chegamos até o “local de trabalho” delas, ficamos de fora, porque acesso era restrito”

Estávamos em pleno verão e o sol escaldante queimava a nossa cabeça. Não havia nenhum lugar para sentar. Ficamos horas em busca de que uma delas saísse da toca.

O rapaz seguiu trabalhando, levando a comida que tinha sido encomendada até as garotas, porque ele tinha autorização para entrar. Ele levou algumas cartas até elas, que recebiam aquele papel sem ao menos entender o por quê.

Patrícia e eu lembrávamos do livro o tempo todo. O “local de trabalho” delas era todo cercado por grades. De repente, sai uma menina e falamos com ela. Ela nos atendeu super bem, pedimos para levar as cartas que havíamos feito para as demais que não saíam. Uma ou outra saia, e ali descobrimos um pouco da vida diária delas.

Elas trabalhavam a noite toda, pagavam 75€ por dia pelo alojamento. Tinham que cumprir com os horários do café da manhã na íntegra, senão ficava sem comer. A vida delas era monitorada. Elas não podiam sair, e tinham que dar satisfação por qualquer imprevisto. Era uma vida de escravidão. Tinham idades entre 18 e 30 anos.

A minha agonia aumentava: não sabia dizer o que queria, sabia que elas estavam em uma vida que não desejavam. Queria falar com elas, mas como? De que maneira?

Foram poucas as oportunidades que tivemos de falar pessoalmente com elas, porque ficavam escondidas neste local.

Mas uma nos surpreendeu: ela saiu do seu quarto e veio até onde estávamos. Estava ali, diante de nós, e a única barreira que existia entre nós era aquela grade. Naquele momento em que começamos a conversar, e dar uma palavra de ânimo e de esperança, ela desabafou todas as suas frustrações.

Ela nos contava que não tinha outro jeito, não entrou muito em detalhes. Mas ela deixou claro que achava impossível encontrar um verdadeiro príncipe, que nunca iria casar-se.

Ela chorava de tantos problemas.

Naquele dia, decidimos ir visitá-las todas as semanas .

Elas não sabiam que existiam pessoas que estavam disposta a arriscar a vida em prol delas, porque ali estavam os seus “seguranças”, imaginem o perigo que enfrentávamos!.

Elas não sabiam que nós não as julgávamos pelo que elas faziam, mas estávamos estendendo as mãos para ajudá-las. O que nós encontramos foi muita tristeza, que não conseguiam disfarçar.

A seguir falaremos mais do que aconteceu depois.

Deixe uma mensagem

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

*

7 comentários

  1. Esse é o espírito Universal, de se preciso, ir até o inferno para salvar as almas oprimidas.Tô com a senhora em espírito de oração.Obr.Raysa,graciosamente na fé!EU CREIO!E DAÍ?

    Ver mais
  2. Oi d. Vivi gostei muito da sua historia e estou esperando para ler o final , e tomara que seja um final feliz, um abraço pra senhora , bay.

    Ver mais
  3. é dona vivi, um desafio e tanto…confesso que estou um pouco ansiosa pelo fim, sei que com certeza a semente foi plantada….estou aguardando…espero que seja breve..rs..bjinhos.

    Ver mais
  4. Bacana dona Viviane, que oportunidade hein?
    Tem que ir nos lugares onde aqueles são desprezados pelo mundo né e nós que somos de Deus os acolherem e mostrar que eles podem mudar de vida.

    Ver mais
  5. Mto forte dona Vivi, estamos esperando a continuação!!!

    Bjuss

    Ver mais
  6. Puxa, D. Vivi… Fico na expectativa de saber como a sra as ajudou… o que falou…

    Ver mais
1 2