Mudança de hábito

Viviane Freitas

  • 8
  • Fev
  • 2014

Mudança de hábito

  • 8
  • Fev
  • 2014

Em 2011, vivendo há 3 anos num país estrangeiro com o meu esposo, numa cidade onde não tinha conhecidos por perto, sucedeu-me o inesperado…



Tenho o cuidado de, anualmente, realizar exames médicos e, como a maioria dos homens, o meu esposo não realizava os seus exames. Eu, carinhosamente lhe pedi que me acompanhasse à minha consulta médica e, para surpresa dele, eu havia marcado a consulta para ambos. Aparentemente, tudo bem. O médico analisou o exterior, mas a nossa decepção foi quando vieram os resultados dos exames de laboratório e as taxas de triglicéridos do meu esposo estavam altas, o que me causou um certo desconforto, pois ele não comia “besteiras”, e de costume mantém-se magro, à semelhança do seu histórico familiar.

Mudámos de hábitos alimentares, passámos a exercitar-nos, e após 4 meses ele realizou outros exames laboratoriais e as taxas estavam muito mais altas do que na primeira vez que foi detetado o problema. Foi aí que o médico recomendou que fosse associada aos cuidados – que já havíamos adotado – uma medicina que auxiliasse na redução do colesterol mau.

Cuidadosamente, o meu esposo mantinha a sua rotina de alimentação e exercícios e, preventivamente, tomava o seu remédio. Foi quando, depois de 3 meses, o inesperado aconteceu: Devido à má gordura no sangue, ele sofreu um infarto agudo do miocárdio.

Estávamos em casa numa quinta-feira pela manhã, depois de uma viagem que fizemos que durou 3 dias, quando ele sentiu um desconforto em seu peito e apresentou vómitos. Em vez que o sintoma persistia, rapidamente o levei à emergência, sem desconfiar do quão grave era a situação. Realizaram-se exames e mais exames e, às 18h, o médico de serviço leva-o para a sala de reanimação quando, de imediato, os enfermeiros o entubaram, aplicaram injeções e, sem entender nada da situação, eu perguntava ao enfermeiro se o procedimento estava a ser feito no paciente correto, pois até aí não nos tinham avisado da gravidade do problema.

Foi, entretanto, chamado o médico principal de plantão, que nos esclareceu sobre o ocorrido: Disse a meu esposo que as dores e desconfortos que havia sentido pela manhã, eram resultado de um infarto, e que se ele saísse do hospital como estava, correria o risco de ter um infarto fulminante, pois as artérias do coração haviam fechado, impossibilitando o coração de trabalhar tranquilamente.

Levaram-no para a UTI, onde, conscientemente, ficou em observação por 48 horas até ser realizado o cateterismo, a angioplastia e o implante de Stent.

Era o dia do nosso 16º aniversário de casamento, o meu esposo internado e eu em casa sozinha, chorando, revoltada contra aquela situação. Fiz a minha oração de pura revolta, pois dizia para Deus: “Como pode, já sabendo do risco e estando a cuidar, acontecer o inesperado?”

Eu tive a mesma sensação de uma pessoa que é constantemente avisada pelo ladrão, de que vai roubar a sua casa, e mesmo mantendo as portas fechadas com cadeado, tem a ingrata surpresa de ser assaltado… No dia seguinte, durante a meia hora de visita diária, falei com o médico de plantão sobre essa minha indignação, e ele disse-me que se não estivéssemos cuidando antes, naquele mesmo dia que meu esposo sofreu o infarto eu teria ficado viúva.

A lição que pude tirar de tudo isso, foi de que cuidado nunca é demais, e assim associei essa situação da minha vida à parábola das dez virgens, que refere que não sabemos o dia nem a hora que o Nosso Senhor Jesus virá, mas que devemos estar preparadas:

“Então o reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram ao encontro do esposo. E cinco delas eram prudentes, e cinco loucas. As loucas, tomando as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo. Mas as prudentes levaram azeite em suas vasilhas, com as suas lâmpadas. E, tardando o esposo, tosquenejaram todas, e adormeceram. Mas à meia-noite ouviu-se um clamor: Aí vem o esposo, saí-lhe ao encontro. Então todas aquelas virgens se levantaram, e prepararam as suas lâmpadas. E as loucas disseram às prudentes: Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas se apagam. Mas as prudentes responderam, dizendo: Não seja caso que nos falte a nós e a vós, ide antes aos que o vendem, e comprai-o para vós. E, tendo elas ido comprá-lo, chegou o esposo, e as que estavam preparadas entraram com ele para as bodas, e fechou-se a porta. E depois chegaram também as outras virgens, dizendo: Senhor, Senhor, abre-nos.
E ele, respondendo, disse: Em verdade vos digo que vos não conheço. Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora em que o Filho do homem há de vir.” (Mateus 25:1-13)

Nossa salvação é conquistada todos os dias, e só você pode analisar o estado da sua alma.

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17 comentários

  1. NOSSA QUE FORTE , UM DESERTO QUE HJ SERVE PARA OS AJUDAR DONA…

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  2. Esse homem deve sempre agradecer a Deus por ser marido de uma mulher como essa. Que bom ter alguém pra cuidar assim da gente!

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  3. Comigo aconteceu algo parecido.
    Sempre fiz meus exames de rotina em dia, não deixava passar nenhum mês, sempre fiz os que os médicos me orientavam, por seguir a risca pude descobrir que tinha alguma coisa errado com minha saúde e imediatamente procurei minha médica para dizer o ocorrido, e de fato havia algo errado, disse-me que teria de fazer um tratamento e que seria por um longo período. Na hora não disse nada, só queria sair imediatamente daquele lugar. Então… me acalmei e fiz a seguinte pergunta pra Deus: Porque comigo que sempre fiz tudo certo, e agora isso? E de imediato Deus me respondeu, vc já parou pra pensar…ainda ha tratamento pra vc porque fazia a prevenção, se não fizesse isso hoje as palavras daquele médico seria…, não ha mais tempo pra vc…
    E assim é com a minha vida Espiritual, tenho de estar sempre alerta, sendo sensível a voz de Deus para que eu possa não somente ouvi-lo, mas colocar em prática, e assim terei condições de fazer a manutenção da minha Fé e principalmente da minha salvação.

    Obrigada Fabiana por compartilhar sua experiência.

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  4. Bom dia D. Fabiana. O testemunho que a senhora deu é muito importante.
    Eu estudo enfermagem e por ser de Deus consigo ver a doença não só pelo lado físico mas também pelo lado espiritual.
    Muitas vezes o que eu vejo é que muitas vezes as pessoas não cuidam das coisas da forma natural e começam logo a pensar que qualquer coisa é logo um problema espiritual e isso não é inteligente. Não estou a dizer que a pessoa deve aceiar a doença ou que não deva usar a fé, nada disso! Mas está escrito que devemos vigiar primeiro e depois orar!
    Se formos responsáveis e cuidarmos da nossa saúde é óbvio que haverá muitos problemas que poderão ser evitados, é essa a nossa parte! Deus não trabalha sozinho mas sim em parceria connosco e se eu não me cuidar como posso depois dizer que Deus não me ajudou no meu problema?
    Se eu não usar um cinto de segurança como posso reclamar de me magoar num acidente de viação?
    Não é que a pessoa tenha que viver constantemente com medo de que aconteça o pior (porque isso também não é inteligente) mas é nosso dever prevenir.
    E na saúde é mesmo assim. Há muita coisa que é natural e há muita coisa que é espiritual, não podemos cair no extremo de achar que tudo é uma coisa ou oura. Há coisas que é para prevenir e outras que é para agira a fé… o corpo humano não é indestrutível nem imortal!!
    Obrigada e até à próxima 🙂

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  5. Como é importante sempre vigiar. E não tirar “ferias” de Deus. Não sabemos nem dia nem a hora. Muito obrigada por compartilhar!
    Que Deus abençoe a senhora!

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