De filhos para pais: Com tecto, mas sem “chão”… (Parte II)

Andreia Petrucci

  • 9
  • Set
  • 2014

De filhos para pais : Com tecto, mas sem “chão”… (Parte II)

  • 9
  • Set
  • 2014

Não posso dizer que tenha tido sempre uma infância infeliz….


Lembro-me da praia, das vezes em que tinha medo de dormir sozinha, quando chorava por ajuda aos meus pais; de quando tinha dores e me aconchegava no regaço da minha mãe.

Mas, infelizmente, a traição conjugal veio “nublar” o que de bom, a memória “fotográfica” conseguiu resguardar dessa altura (Ver post anterior).

Lembro-me de uma frase que li recentemente:

“O diabo não tem família, por isso ele quer destruir a sua…”

Depois da minha mãe ter saído, a “estrutura” desabou, e o “peso” das responsabilidades parecia-me infinito.

dandreia

O meu pai tornou-se pai e mãe, lutava e lutou mais do que nunca para nos garantir o sustento e os estudos. Tentava ao mesmo tempo manter o equilíbrio familiar, abalado por tamanho choque. Ele estava sempre atento às nossas necessidades, não permitindo que nada nos faltasse. Foi um verdadeiro “herói” e para mim, continua a sê-lo… Mas o mesmo abalo interior que ele sofrera, em mim também provocou severas consequências. Então, como sanar a minha dor interna que tinha tendência a perpetuar-se? Como poderia ele ajudar-me a ultrapassar a situação, se, por mais que alguém nos ame, ninguém tem a capacidade de alcançar a nossa alma?!

Aqui, entra o convite para ir à Igreja Universal, que referi, na semana anterior…

Ainda não tinha completado 13 anos, quando entrei pela primeira vez na Igreja. Sempre acompanhava a minha tia, até ao momento em que a minha própria sede me permitiu “beber” e começar a perceber aquilo que verdadeiramente eu precisava.

Marcou-me, dessa altura, o que foi fundamental para a minha libertação interior: A sinceridade.

Todas as vezes que o bispo, ou pastor, diziam: “Se você tem mágoa de alguém, venha aqui à frente…”. Sem qualquer tipo de receio, com um coração de criança, lá estava eu! Se era de facto mágoa? Não me atrevi a arriscar, pois compreendi pelos ensinamentos que me foram transmitidos (uma verdadeira “faculdade” da vida) que, mais do que um grande problema familiar, a mágoa comprometeria para sempre, o meu interior e escolhas futuras.

Aprendi a perdoar e hoje, como diz a música: “Alivio a dor de quem me fez sofrer…”.

A “reconstrução” sempre se inicia pelo lado interior. Não estamos aptos a reconstruir seja o que for, se não consertarmos a nós mesmos e em primeiro lugar. Esse é o espaço que Deus precisa encontrar para iniciar uma grande Obra, aliado a nós.

Por mais triste passado que possa ter tido, seja abandono familiar, traição, abuso, traumas, medos, etc., depois disso, a escolha é nossa de nos entregarmos à desolação, à amargura permanente ou de definirmos ser diferentes e com essa diferença alcançarmos a muitos!

Sem Deus amiga, com toda a certeza, não estaria a contar-lhe esta história de vida. Seria talvez mais uma, dentre tantas pessoas, que aprenderam a conviver com a dor. Não teria um casamento sólido e feliz, baseado na fidelidade!

Para si, como para mim, há solução, há escolha!

Ah, desde aí, sabe qual foi a mensagem mais marcante da minha vida? Consegue “adivinhar”?

“Acaso, pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti. Eis que nas palmas das minhas mãos te gravei; os teus muros estão continuamente perante mim.” (Is.49:15,16)

Continua no próximo post

Deixe uma mensagem

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

*

14 comentários

  1. Muito forte o passado fica pra traz temos q olhar pra frente e deixar Deus tomar direção de nossa vida e família

    Ver mais
  2. Dn a historia da sra é a msm que a minha,exatamente a mesma,parece eu contando. 🙁

    Ver mais
1 2 3